Governo Edinho não deu manutenção, abandonou servidores e usuários na unidade totalmente precária, depois enrolou o quanto pode para adiar as obras; As melhorias só foram concluídas após denúncia do SISMAR, investigação do MPT e sentença judicial impondo multas diárias
Finalmente, depois de mais de dez anos de espera, as condições de trabalho na Casa de Acolhida “Assad-Kan”, de Araraquara, voltaram a ser saudáveis e seguras, trazendo de volta a dignidade tanto para os servidores quanto para os moradores (veja mais fotos no fim do texto). Uma reforma completa foi concluída na semana passada, ao custo de R$ 1 milhão.
Mas, não tem prefeito e nem parlamentar bonzinhos nessa história. A Casa de Acolhida, antiga casa Transitória, foi completamente reformada por determinação da Justiça, após denúncia do SISMAR e investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT). Ponto.
A solenidade de entrega da conclusão das obras foi um ato político realizado na última sexta-feira, 11 de maio, regada de egos inflados e politicagem. Só esqueceram de dar voz aos verdadeiros interessados na obra: os servidores e os usuários da unidade.
Mas, o SISMAR esteve lá nesta terça-feira, 14.
“A gente ouve falar dessa reforma desde 2014. De uns tempos para cá vinham consertando uma coisa ou outra, mas se não fosse o Ministério Público não tinha tido essa reforma”, relata uma servidora que preferiu não se identificar.
A reforma trouxe de volta um ambiente de trabalho agradável, tanto para os servidores como para a população que precisa do serviço. “O atendimento ficou muito melhor”, conta a assistente social Juliana Franzini. “Temos mais privacidade, o ambiente fica limpo, o quarto para eles [usuários da unidade] ficou excelente. Posso dizer que melhorou tudo”, completa.
“Antes era tudo velho, feio, enferrujado, quebrado”, lembra Asenilda Dias, outra assistente social da Casa de Acolhida. “Agora está mais organizado, novinho, melhor para nós e para eles. Quartos e banheiros bons melhoram todo o ambiente”, comemora.
Marli Iel, funcionária terceirizada que já trabalhou em várias unidades da Prefeitura, também sente que a reforma melhorou as condições de trabalho dela. “Agora, a gente limpa e fica limpo, parece limpo. Antes, a gente limpava, mas ainda ficava parecendo sujo”, diz.
É verdade que nos últimos anos a Prefeitura fez pequenos reparos na unidade. Mas a reforma completa, que devolveu as condições de trabalho e de uso da unidade, essa só foi feita porque a Justiça exigiu e cobrou o cumprimento dos prazos de execução da obra. E quem denunciou o caso que foi parar na Justiça foi a diretoria do SISMAR, em setembro de 2022. O governo empurrou a reforma o quanto pode com a barriga, recusou acordo com o MPT, mas foi obrigado pela Justiça a cumprir os prazos da obra.
Para não restarem dúvidas de como foi o processo que resultou na reforma da Casa de Acolhida, listamos abaixo os documentos oficiais do andamento do caso, desde a denúncia do Sindicato, passando pela investigação do MPT e chegando à decisão da Justiça.
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