SISMAR
Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região
FARMÁCIA DO SERVIDOR
2ª a 6ª-feira: 8h - 18h
sábados: 8h - 12h
3335-1024
2500-0350
de 2ª a 6ª-feira, das 8h30 às 17h30
3335-9909 3335-1983 3357-1983
Resultados da busca
491 resultados encontrados com uma busca vazia
- Parem de nos matar
Homenagem do SISMAR aos servidores municipais que perderam suas vidas para a covid-19 JOAO APARECIDO DUARTE - SAMU AGENOR ANJO RICARDO - PSF JD BRASÍLIA ANTONIO MARCOS AMARAL SAMPAIO - SAÚDE JOAO BATISTA DOS SANTOS II – VIGILÂNCIA SANITÁRIA MARIA DAS NEVES DE JESUS CARVALHO – AGENTE SOCIAL QUELI FERNANDES GERALDO FERNANDES – CER JOSÉ DO AMARAL GURGEL (ROXO) VALCIR MAGALHAES DE OLIVEIRA - GUARDA CIVIL MUNICIPAL KELI CRISTINA BARTOLO PIMENTEL - CER JOSÉ DO AMARAL GURGEL (ROXO) SANDRA EDMEA DIAS – CER JOSÉ DO AMARAL VELOSA (JD. PAULISTANO) GEANE LOPES AGUSTONI - PAÇO 2º ANDAR Nesta manhã, recebemos a notícia do falecimento da servidora Geane Lopes Agustoni, a décima vítima fatal da covid-19 entre servidores municipais de Araraquara. Quantas mortes ainda veremos antes que os governantes façam o que tem que ser feito para controlar a pandemia de covid-19 no país, no estado, na cidade? Vacinação em massa e distanciamento social são as únicas medidas que podem conter o avanço da doença. Mas o governo federal não compra vacina e atua contra o distanciamento social e os governos estadual e municipal mantém as atividades econômicas abertas. Bolsonaro, Dória e Edinho estão nos matando com essas políticas enquanto acusam uns aos outros. Enquanto eles medem os “impactos na economia”, a “taxa de ocupação dos leitos” ou a “média móvel de casos”, nós nos contaminamos e morremos. Parem de nos matar! Queremos vacina para todos, mas até ela chegar, precisamos ficar vivos. Estas dez pessoas que homenageamos hoje, servidores concursados que dedicavam sua vida ao serviço público da cidade, a atender a população, não tiveram a chance de esperar a vacina. Eles não vão mais poder cuidar das pessoas, não estarão em seus postos de trabalho e, muito pior do que isso, não verão seus filhos e netos crescerem, não cantarão mais nenhum parabéns, não dirão e nem ouvirão nenhuma palavra de carinho, não darão mais nenhum abraço. Quando há possibilidade de vacina e estratégia de isolamento mas isso não chega ao povo, não podemos culpar mais ninguém pelo descontrole da pandemia e pelas mortes a não ser os governantes que nos negam as soluções. Toda nossa solidariedade às famílias não só destes dez servidores, mas de todos que se foram por causa desta doença. O SISMAR não vai medir esforços na luta pela preservação da vida.
- Câmara de Araraquara conclui o óbvio: não há segurança sanitária nas escolas municipais
Comissão que visitou 50 unidades da Educação aponta que o atual protocolo sanitário para o retorno das aulas presenciais é INSUFICIENTE E INCOMPLETO; relatório recomenda suspensão de atendimento das crianças até 3 anos A Comissão Especial de Estudos (CEE) criada na Câmara Municipal de Araraquara especialmente para acompanhar e fiscalizar o retorno das aulas presenciais na rede municipal de educação emitiu, neste dia 8, seu relatório final com 26 recomendações para a Secretaria Municipal da Educação melhorar procedimentos e protocolos para garantir a segurança sanitária necessária nas escolas. Ou seja: não há segurança atualmente. Três vereadores compõem a comissão: Fabi Virgílio (PT), Guilherme Bianco (PC do B) e João Clemente (PSDB). A recomendação mais contundente da comissão é a suspensão ao atendimento das crianças com até 3 anos de idade, pelo fato delas necessitarem de colo, não utilizarem máscaras e não haver condições práticas de manter o respeito ao protocolo sanitário. “Foi verificado nas unidades escolares que a maior tensão, relacionada ao atendimento presencial, se dá na educação infantil e, principalmente, nas primeiras etapas onde não é possível manter o distanciamento social e não se pode fazer o uso de máscara pelas crianças”, diz trecho do documento. O relatório da CEE tem 42 páginas, com resultados de uma pesquisa ampla realizada nas escolas municipais, conclusões e recomendações. O documento aponta vários problemas que significam falta de segurança sanitária. Um deles é o próprio protocolo sanitário adotado para o retorno das aulas presenciais, que é “INSUFICIENTE E INCOMPLETO”, segundo o relatório. O protocolo utilizado hoje é idêntico ao apresentado em outubro de 2020, “o que causa questionamentos uma vez que a ciência avançou rapidamente no último período no conhecimento sobre novo coronavírus, além de desconsiderar a existência da nova cepa da COVID-19, chamada P1, que é registrada na maioria dos casos positivados em Araraquara”. A Comissão faz pelo menos 18 apontamentos em itens do protocolo sanitário que devem ser revistos para garantir segurança nas unidades. Outro ponto importante do relatório final da Comissão é sobre EPI. Os vereadores identificaram que “84% dos responsáveis das unidades escolares entendem que há necessidade de prover máscaras PFF2 ou N95 para todos os profissionais da educação envolvidos no retorno”. Esta é uma das 26 recomendações da Comissão para a Secretaria da Educação: “Distribuição de máscaras PFF2 ou N95 para todos os profissionais envolvidos no retorno das atividades escolares, incluindo os trabalhadores terceirizados”. Leia aqui o relatório completo da comissão da Câmara.
- Secretária da Educação insiste em não fornecer máscaras aos trabalhadores
Postura dela vai contra a lei e contra a vontade de 84% dos responsáveis por unidades escolares municipais de Araraquara; PFF2 é a máscara indicada e deve ser distribuída pela Prefeitura, aponta relatório da Câmara Clélia Mara dos Santos, secretária municipal da Educação de Araraquara, assinou um ofício dia 4 de junho no qual insiste no argumento de que cada trabalhador da Educação deve providenciar suas próprias máscaras para uso durante a jornada de trabalho na pandemia e que as máscaras fornecidas pela Prefeitura são para “emergência e situações eventuais”. O ofício é destinado à Procuradoria Geral do Município, em resposta a uma notificação do Ministério Público do Trabalho (MPT) que apura irregularidades trabalhistas no retorno presencial das atividades da Educação. Para defender sua atitude de não fornecer as máscaras, Clélia cita o item 7.1.2 da Portaria Conjunta nº 20, de 18 de junho de 2020: “As máscaras cirúrgicas e de tecido não são consideradas EPI nos termos definidos na Norma Regulamentadora n. 6 – Equipamentos de Proteção Individual – e não substituem os EPI para proteção respiratória, quando indicado seu uso”. Claramente, para quem sabe ler em português, a intenção da Portaria é esclarecer que não se pode usar máscara de pano ou cirúrgica como EPI, porque elas não oferecem proteção respiratória adequada. A mesma NR 6 citada na Portaria considera a máscara PFF2 como EPI indicado para proteção respiratória. Ainda assim, mesmo levando em conta o malabarismo do argumento da secretária, ela simplesmente ignora o próximo item da mesma Portaria que ela cita: “7.2 Máscaras cirúrgicas ou de tecido devem ser fornecidas para todos os trabalhadores e seu uso exigido em ambientes compartilhados ou naqueles em que haja contato com outros trabalhadores ou público.” Portanto, mesmo não sendo EPI, a Prefeitura é obrigada a fornecer as máscaras de pano ou cirúrgicas para todos os trabalhadores. Mas, este item a secretária não leu. Ainda de acordo com a própria Norma Regulamentadora citada na Portaria, “compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – Sesmt, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade.” Ou seja, não cabe à Secretária da Educação dizer qual é o EPI adequado para os trabalhadores, mas sim ao Sesmt. E, para decidir, o Sesmt tem que ouvir os trabalhadores e a Cipa, como determina a NR 6. O SISMAR, assim como a dezena de especialistas renomados ouvidos pelo Sindicato ao longo da greve da Educação municipal que já dura 65 dias, recomendam expressamente o uso das máscaras PFF2 por todos os servidores que estão em trabalho presencial. O Sesmt deveria fazer o mesmo. Este é o desejo não só do Sindicato e dos cientistas, mas de toda a categoria e é recomendação da Comissão Especial de Estudos, criada na Câmara Municipal especialmente para acompanhar e fiscalizar o retorno das aulas presenciais na rede municipal de educação de Araraquara. Relatório final da comissão aponta, entre outras conclusões, que “84% dos responsáveis das unidades escolares entendem que há necessidade de prover máscaras PFF2 ou N95 para todos os profissionais da educação envolvidos no retorno.” Entre as 26 recomendações que o relatório faz à Secretaria da Educação, está a “distribuição de máscaras PFF2 ou N95 para todos os profissionais envolvidos no retorno das atividades escolares, incluindo os trabalhadores terceirizados”, bem como de “óculos de proteção e luvas em todas as unidades de ensino”. Agora, diante da resposta da Prefeitura insistindo em negar até mesmo máscaras descartáveis aos trabalhadores, cabe a nós aguardar a posição do MPT.
- Tira dúvidas da greve da Educação em Araraquara
Qual o motivo da greve? Quais são as exigências da categoria para sair da greve? Os servidores municipais da Educação de Araraquara estão em greve porque há risco de morte no trabalho presencial em escolas. Defendemos que o ensino continue remoto, com distribuição de alimentos e acompanhamento das famílias vulneráveis pela assistência social, até que a pandemia esteja controlada, para preservar a vida de toda a comunidade escolar. O ambiente escolar não é seguro neste momento da pandemia, de acordo com estudos atualizados da USP e da FioCruz. Nos baseamos na ciência para proteger nossas vidas. Como nosso trabalho pode ser feito remotamente, como foi em todo o ano de 2020, só aceitamos voltar ao trabalho presencial quando houver controle da pandemia nos níveis considerados seguros pela ciência. Não cabe aos educadores, indo trabalhar presencialmente correndo risco de morte, resolver os problemas que são/foram causados pela pandemia, mas cabe aos governantes (prefeito, governador e presidente da república) controlar a pandemia a níveis seguros que permitam a reabertura sem risco para alunos e servidores. Não somos e não queremos ser os salvadores da pátria, somos educadores e exigimos segurança para trabalhar. Como faço para aderir à greve e como devo proceder nos dias de greve? Não vá ao local de trabalho, não trabalhe em casa, não atenda celular nem responda mensagens de superiores. Acompanhe de perto a mobilização pelo facebook (www.facebook.com/sismar.org) e pelo site oficial do SISMAR (www.sismar.org). É muito importante que os servidores em greve assinem diariamente a lista de presença que estará disponível nestes mesmos links. Devo ir em convocações feitas pela Prefeitura, pela SME ou pela direção da escola? Não. Durante a greve, seu contrato de trabalho está suspenso. Nenhuma convocação deve ser atendida. Se eu estiver em greve, posso ir me vacinar quando chegar minha vez? Sim. Pode e deve. A vacinação é um direito seu enquanto profissional da Educação e não depende de você estar em greve ou não. A greve, neste caso, não te impede de tomar a vacina. Se houver recusa em aplicar a vacina por causa da greve, comunique imediatamente o Sindicato. Quem está no estágio probatório pode fazer greve? Pode e deve, neste momento, porque a greve é para preservar sua vida. Todos os trabalhadores estão amparados pela lei de greve, mesmo que seja no período probatório. Além disso, nenhum dos critérios avaliados no estágio probatório tem relação com a atuação sindical. Os critérios são: conhecimento do trabalho; pontualidade; assiduidade; disciplina; produtividade e qualidade; relacionamento interpessoal; ética pública; cuidados com os materiais, equipamentos e ambiente; capacidade física e mental para o exercício do cargo; flexibilidade e iniciativa. Todos esses critérios só podem ser considerados na constância da relação de trabalho, jamais nos períodos de suspensão do contrato – que ocorre também durante o período de Greve. A greve é um direito constitucional, conquistado pela histórica luta dos trabalhadores. Constituição Federal de 1988 - Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Posso perder prêmio ou ter algum desconto por causa da greve? Hoje, temos uma liminar da Justiça do Trabalho que impede o governo de realizar novos descontos por causa da greve. Porém, mesmo em caso de descontos, como ocorreu no primeiro mês da greve, os dias parados sempre são negociados no fim da greve e, na maioria dos casos, eles são abonados ou podem ser repostos em momento oportuno. Como ficam as férias para quem está em greve? Quando você está em greve, seu contrato de trabalho está suspenso. Então, ninguém pode cumprir férias enquanto está em greve. Mesmo quem assinou ou quem vendeu 1/3, só vai usufruir das férias quando a greve tiver terminado, mas não necessariamente logo após o fim da greve. Quem vai determinar o momento das férias é o Município, mas não pode ser durante a greve. O direito às férias e a vender 1/3 delas não se perde por causa da greve. Por precaução, só para evitar prejuízos (oriundos de erros da Prefeitura) que depois podem ser chatos e demorados para recuperar na Justiça, o SISMAR orienta quem já assinou o período de férias a comunicar a direção da unidade e o RH por e-mail ou whatsapp que assinou as férias, mas que está em greve e está comunicando oficialmente para evitar erros na folha de pagamento. Precaver nunca é demais. Minha colega pode passar matéria para os meus alunos se eu estou em greve? Pode ser contratado alguém para cobrir os grevistas? Não é permitido substituir grevistas. Nem a Prefeitura, nem a direção da escola podem substituir grevistas com outros servidores da unidade ou contratando alguém para este fim. Somente no caso dos professores, professores substitutos podem dar as aulas no lugar dele, como se fosse uma falta comum. Ainda tenho dúvidas Assista e participe das assembleias diárias que o SISMAR promove virtualmente às 9h e às 16h. A participação é aberta a servidores grevistas ou não. Acesse a hashtag #educaçãodeararaquarapelavida e conheça tudo que já foi publicado sobre a greve nos canais do SISMAR.
- Média de crianças com covid-19 em Araraquara cresce 136% em dois meses
Mais de 25% dos casos entre 0 e 9 anos em toda a pandemia ocorreu nos últimos 54 dias; período coincide com retorno das atividades presenciais nas escolas Após o retorno das atividades presenciais nas escolas municipais de Araraquara, no início de abril deste ano, a média de contaminação de crianças de até 9 anos por covid-19 na cidade cresceu 136%. A média entre todas as idades, no mesmo período, cresceu 42%. Desde o início da pandemia, quando os primeiros casos de covid-19 foram identificados em Araraquara, dia 31 de março de 2020, até o dia 7 de abril de 2021, 426 crianças desta idade tinham sido contaminadas (em 371 dias, dá uma média de 1,15 contaminações de crianças por dia). (imagem retirada do site https://arcg.is/neO5H no dia 7 de abril de 2021) Do dia 8 de abril até o dia 31 de maio de 2021 (apenas 54 dias), tivemos 147 crianças positivadas para covid-19, média de 2,72 contaminações por dia. Pode parecer um número baixo, perto do total de positivados todos os dias, mas a média nestes 54 dias é mais que o dobro da média anterior. As crianças, portanto, estão se contaminando muito mais. (imagem retirada do site https://arcg.is/neO5H no dia 31 de maio de 2021) Os números revelam que mais de 25% dos casos de contaminação por covid-19 em crianças menores de 9 anos foram registrados apenas nos últimos 54 dias. Do total de contaminados na cidade, para efeito de comparação, 17% foram registrados neste mesmo período. Podemos facilmente concluir que a contaminação de crianças está maior do que a das outras faixas etárias nos últimos dois meses. E o que ocorreu de diferente nestes últimos dois meses, que poderia justificar este aumento? A reabertura das escolas. Estudo recente da Fiocruz aponta que existe “altíssimo risco de transmissão nas escolas”, em Araraquara, devido ao número de casos por 100 mil habitantes e o percentual de positivados registrados na cidade. Para o risco de transmissão nas escolas ser baixo, ainda de acordo com o estudo da Fiocruz, Araraquara teria que registrar menos de 21 casos novos em uma semana e ter menos de 5% de positivados por sete dias consecutivos. A realidade é que tivemos 794 casos em uma semana, com percentual de positivados acima de 13%. A ciência está avisando que não é seguro abrir as escolas. Os servidores municipais da Educação estão em greve desde o dia 5 de abril avisando que, de acordo com a ciência, as escolas não são ambientes seguros. O Ministério Público do Trabalho afirma que as escolas não têm condições sanitárias para garantir segurança a servidores e alunos. Entretanto, as escolas seguem abertas em Araraquara. Não há mágica, não há outra saída para combater a covid-19, a não ser a ciência.
- Justiça proíbe Prefeitura de Araraquara de descontar salário de grevistas da Educação
Liminar foi concedida nesta sexta-feira, em ação movida pelo MPT; movimento segue em greve em defesa da vida desde o dia 5 de abril Vitória, com V maiúsculo, para o movimento grevista de Araraquara. Um misto de orgulho e alívio para quem está na greve e uma desculpa a menos para quem quer aderir a partir de agora. Os servidores municipais da Educação de Araraquara não podem ter desconto em salários e benefícios por participação na greve até que sejam julgados os méritos das três ações civis públicas movidas contra o Município pelo MPT e pelo SISMAR. A decisão liminar de hoje, 28, é da juíza Ana Lúcia Ferreira, da 1ª Vara do Trabalho da cidade, em ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Em outras, palavras, com base em toda a argumentação do MPT em nova ação, não aquela que teve decisão contraditória, esta juíza (que também não é a mesma da outra ação) proibiu por liminar que a Prefeitura desconte salário e tíquete de grevista até o fim das três ações. E qual é a argumentação do MPT? A mesma que a do SISMAR: que a Prefeitura não pode descontar salário porque não há segurança no local de trabalho e que tanto servidores, como alunos e toda a comunidade escolar estão em risco. Este argumento acatado pela Juíza, tem base em entendimento do STF: "A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder Público". A tal “conduta ilícita do poder público”, no caso, é não manter as condições de segurança para a realização do trabalho. O Ministério Público do Trabalho pediu, na mesma ação, a devolução dos descontos já realizados. Porém, a juíza entendeu que seria necessário avaliar provas, comprovantes, ouvir as partes e que, no julgamento do mérito, mais adiante, isso pode ser discutido. Portanto, ela concedeu a liminar para proibir a Prefeitura de realizar novos descontos, mas não decidiu nada sobre o que já foi descontado. Vitória para se comemorar muito.
- Precisamos falar sobre o lockdown de Araraquara sem paixões
Funcionou para reduzir os casos e as mortes? Sim. Foi na hora certa e pelo tempo necessário para conter realmente a doença? As evidências mostram que não. O lockdown promovido pela Prefeitura de Araraquara em fevereiro de 2021 parece ter surtido efeito não só sobre a pandemia de covid-19 na cidade, mas também sobre a capacidade crítica e de análise de muita gente. Sim, o prefeito Edinho Silva (PT) fez um lockdown sério na cidade (contra a vontade de muitos poderosos) e, sim, derrubou os indicadores da doença. Mas, esta leitura, apesar de correta e tão difundida, é insuficiente para entender os efeitos da medida adotada pelo município, carece ser aprofundada. Qual o objetivo de um lockdown? Controlar a transmissão da doença a ponto de haver segurança para abertura das atividades econômicas, ou apenas impedir que as pessoas morram em casa sem atendimento? Se a resposta for a primeira opção, o lockdown em Araraquara não funcionou. Se for a segunda, funcionou por um tempo, porque para ser duradouro deveriam controlar a transmissão da doença a ponto de haver segurança para abertura. Três fatores comumente ignorados, mas que são fundamentais para analisar os efeitos do lockdown, são o momento em que a restrição total é determinada, o tempo de duração dela e o tamanho da queda dos indicadores que ela provoca, principalmente. Estudos da USP e da Fiocruz mostram com precisão os níveis seguros destes indicadores para uma eventual abertura das atividades econômicas sem risco para a população. Respeitemos a ciência, não é? Dizer simplesmente que o lockdown feito em Araraquara “funcionou” porque “os números caíram” é ignorar estes três fatores. E são justamente eles que explicam o fato de a cidade estar vivendo nova onda, com crescimento dos casos, UTIs lotadas e filas para internação. Vamos a eles: Quando foi decretado Qual o momento ideal para uma cidade fazer lockdown? Depende do objetivo a ser atingido com ele. No dia 19 de fevereiro, dia da publicação do decreto do lockdown em Araraquara, que “fecharia a cidade” a partir do dia 21, os serviços de saúde públicos e privados da cidade já estavam colapsados com UTIs lotadas há cinco dias e enfermarias sem leitos há 15 dias. Em 19 de fevereiro, a média de casos novos da doença na cidade era de 175 casos por dia. Em todo o ano de 2020, a maior média tinha sido de 57 casos diários, em dezembro. Em 19 de fevereiro, havia 1257 doentes em quarentena em Araraquara. O pico deste indicador em 2020, tinha sido de 363. Em todo o ano de 2020, foram 92 mortes por covid-19 na cidade. Somente de 1º de janeiro a 19 de fevereiro de 2021, já tinham sido 75 mortes, 51 delas só em fevereiro. Portanto, do ponto de vista de quem, em 2021, ficou sem leito, adoeceu e vai ter sequelas, perdeu familiares e amigos, o lockdown demorou muito para ser feito. Quanto tempo durou O decreto do dia 19 de fevereiro determinava lockdown das 12h do dia 21 (domingo) às 23h59 do dia 23. Dois dias úteis e mais meio domingo. No dia 23, com muita pressão dos empresários, mas com indicadores da doença ainda subindo, foi publicado novo decreto que estendeu parte das restrições até às 6h do dia 27, sábado. Porém, este mesmo decreto liberava atividades de delivery (com até 30% dos funcionários), mercados, mercearias, padarias, açougues e hortifruti, por exemplo. Então, lockdown de verdade, com tudo fechado, somente com farmácia e hospital aberto, foi de 2 dias e meio. Depois, já tinha um monte de atividade funcionando e gente circulando na cidade, apesar de impostas sérias restrições. Não dava mais para chamar de lockdown. Nenhum veículo de comunicação que eu li questionou isso e muitos informaram quantidade de dias de lockdown sem conexão com a realidade ou mesmo com os decretos (vi falarem 10, 14 e 15 dias em lugares diferentes. Não sei de onde tiraram a informação). Tamanho da queda Para um debate frutífero sobre o lockdown ter funcionado ou não, as paixões têm que ser deixadas de lado, para que o assunto possa trazer reflexão e adequação das ações e não munição para um lado ou outro do espectro político. Se olharmos os indicadores da pandemia em Araraquara quando o lockdown foi decretado e o comportamento deles nas semanas seguintes, fica óbvio que a medida “funcionou”, porque os números despencaram, com exceção da ocupação de UTIs. Os dados estão aqui. Mas, vamos falar primeiro dos outros indicadores, depois voltamos à ocupação de UTIs. Os principais indicadores (casos novos, ocupação de leitos, doentes em quarentena) estavam altíssimos quando foi decretado o lockdown (como já mostrado acima) e caíram após a medida. Mas, mesmo depois da queda provocada pelo lockdown, os principais indicadores estabilizaram em média mais alta do que os piores momentos de 2020. Então, para dizer que o lockdown funcionou porque os números caíram, é preciso estabelecer a que níveis caíram, não basta dizer somente o percentual da queda. Esse percentual fica bom em releases da Prefeitura: “Mortes caem 66% após lockdown”. Ok, ocorre que, no pico, a média foi de 6 mortos por dia e, depois, estabilizou em 2, mas em 2020, não passou de 1. Ou seja, hoje morre o dobro do que morria antes. O lockdown funcionou, portanto, para evitar mortes sem atendimento hospitalar, mas não para conter a doença. Mas, então, isso prova que o lockdown não serve para nada? De jeito nenhum, muito pelo contrário. O lockdown, no momento em que foi feito, como foi feito e pelo tempo que foi feito em Araraquara, impediu que a cidade empilhasse mortos nas calçadas e quebrou a curva ascendente de progressão geométrica que todos os indicadores mostravam naquele momento. A questão é que o momento pode ter sido tarde e o tempo pode ter sido pouco para que o resultado fosse a verdadeira contenção da doença a um nível que fosse seguro reabrir escolas, bares, cinemas, academias e demais atividades. Interesses econômicos Estudando os números e acompanhando as decisões políticas, é fácil entender a estratégia adotada pela Prefeitura: manter as atividades econômicas abertas enquanto houver leitos. A determinação de que são necessários 30% dos testes positivos entre sintomáticos ou 20% do total de testes como única forma de medir a necessidade de um novo lockdown na cidade, conforme determina o mais recente decreto municipal, deixa claríssima esta estratégia. Como a cidade tem feito de 600 a 1 mil testes diários nos últimos dias, teríamos que ter entre 180 e 300 casos novos por dia para um novo lockdown e, como já mostrado, a maior média em 2020 foi de 57 casos. Então, 180, 300 casos é muita coisa, adoece muita gente, traz sequelas e mata. Se a doença mata, hoje, 3% dos contaminados, não podemos esperar ter 300 casos por dia para fechar a cidade. Fazer isso para poder manter atividades econômicas funcionando é compactuar com a morte de 2 ou 3 pessoas todos os dias em uma cidade com 230 mil habitantes por uma doença evitável. Leitos de UTI O único indicador que não caiu após o lockdown em Araraquara foi o da ocupação de leitos de UTI. Não caiu como os demais, mas parou de crescer, estabilizou lá no alto, com média de 85% de ocupação. E este indicador mudou ao longo do tempo não só pela ocupação, mas também pela oferta de leitos, que aumentou conforme a pandemia avançava. Fomos de 58 leitos em fevereiro, quando registrado o primeiro colapso, para os 96 que tínhamos no dia 24 de maio. A taxa de ocupação no dia 24 de maio é de 96%, com 91 pacientes internados, sendo a maioria (52) de outros municípios transferidos para Araraquara. Este é um dos fatores que explica o fato de a taxa de ocupação de UTI não ter caído após o lockdown, o fato de a estrutura hospitalar de Araraquara estar sendo utilizada por outros municípios. E outro é que há limites intransponíveis para a criação de novos leitos de UTI, como equipe treinada e insumos. Já faltam medicamentos para intubação na cidade e, por este motivo, a Santa Casa comunicou que não vai mais atender novos casos de covid-19. O impacto disso foi imediato: dia 26 de maio, segundo dados do boletim epidemiológico diário da Prefeitura de Araraquara, o número de leitos UTI disponíveis na cidade caiu quase 5%, de 96 para 92 (são 87 internados e taxa de ocupação de 95%). Resultado Com tudo isso, é possível olhar pelo lado do gestor, que comemora o fato de não termos empilhado corpos nas calçadas e nem nas casas sem atendimento médico, e isso é ótimo. Mas, nós somos as pessoas que se contaminam e morrem, não somos gestores. Então, para nós, que assistimos a tudo, o lado humano é que deveria ser levado em conta e a prioridade deveria ser o controle efetivo da pandemia, pois nenhuma morte é aceitável. Caso contrário, cabe a pergunta: quantas e quais pessoas podem morrer para as atividades econômicas poderem abrir?
- Teve desconto no tíquete e precisa de uma ajudinha?
Os servidores da Educação de Araraquara que tiveram vale alimentação reduzido por causa da greve sanitária podem preencher o formulário no link abaixo para receber cesta básica Link para preencher o formulário: https://forms.gle/2w5VtedjbyykiGwBA
- Reabertura das escolas faz segunda vítima fatal em Araraquara: Kelly Pimentel
Ela faleceu depois de um mês internada com covid-19; CER onde ela trabalhava teve o maior surto da doença entre as unidades escolares A luta e o luto se misturam neste momento de dor e sofrimento para amigos e familiares da servidora Kelly Pimentel, falecida por complicações da covid-19 nesta quinta-feira, 20 de maio, depois de um mês lutando contra a doença. Ela deixa marido e filho. Kelly trabalhava no CER José Amaral Gurgel, no Jd. Adalberto Roxo. Após a reabertura forçada das escolas pela Prefeitura de Araraquara desde 12 de abril, esta unidade teve o maior surto de covid-19 entre todas as unidades municipais de Educação, com pelo menos 12 casos confirmados da doença. Outra servidora desta mesma unidade, Queli Fernandes, também se contaminou com covid-19 após o retorno das aulas e faleceu dia 2 de maio. Diante disso, o SISMAR pergunta: Quantas pessoas mais precisarão morrer para o prefeito Edinho Silva fechar as escolas? O SISMAR está alertando, pesquisadores estão alertando, cientistas estão alertando, especialistas em Educação estão alertando e até políticos do mesmo partido do prefeito estão alertando e, mesmo assim, Edinho mantém as escolas abertas colocando servidores, pais, alunos e toda a população em risco. Já são duas mortes que poderiam ter sido evitadas. Quantas mortes teriam ocorrido se as escolas estivessem fechadas, quantos vulneráveis morreriam? É para proteger a vida de todos que os servidores municipais da Educação, organizados pelo SISMAR, estão em greve sanitária, já que não há segurança no ambiente de trabalho a ponto de provocar a morte das pessoas. Ninguém mais deve morrer pela decisão irresponsável de abrir escolas e outras atividades. A ciência mostra claramente quais são os parâmetros seguros para retomada das atividades, inclusive escolas: Menos de 70 casos novos por semana e menos de 10% de positivados entre todos os testados, inclusive assintomáticos. Mas não basta só um destes indicadores estar dentro do parâmetro. Ambos os indicadores precisam estar dentro desta faixa para que haja segurança. Explicamos melhor este assunto aqui neste texto (link para nossa matéria de hoje). A greve é pela vida e todos podem aderir a qualquer momento. Ninguém pode ser obrigado a ir correr risco de vida ao ir trabalhar em uma escola. Quem quiser se proteger, basta não ir trabalhar e assinar a lista de presença da greve que está disponível no site do SISMAR (www.sismar.org) e no face do Sindicato.
- Edinho decreta pandemia permanente em Araraquara
Prefeitura não vai controlar a transmissão da Covid-19 sem tomar decisões com base em evidências; se USP e Fiocruz forem fontes confiáveis, todas as atividades econômicas deveriam estar fechadas O decreto 12.579/21, publicado ontem, 19 de maio, pela Prefeitura de Araraquara, como medida de enfrentamento à covid-19, vai servir, na verdade, para manter a transmissão comunitária da doença em alta na cidade, segundo parâmetros estabelecidos em estudos publicados pela USP e pela Fiocruz. Pelo que parece, o prefeito Edinho Silva (PT) aceita conviver com uma média de 2 a 3 mortes por dia e de 80 internados em UTI que podem ter sequelas graves para o resto da vida, mas tem dificuldade de enfrentar interesses econômicos e políticos que querem as escolas e demais atividades abertas. Se a Prefeitura pretende controlar a pandemia com este decreto, é esperada uma explicação primordial por parte do governo: os percentuais utilizados como referência para abertura ou fechamento das atividades econômicas na cidade foram baseados em quais evidências? Porque não basta o prefeito dizer que está seguindo a ciência se ele não disser qual estudo, quais dados, quais evidências científicas, quais fontes de pesquisa são usadas para a tomada de decisões. Decisões estas que significam a diferença entre a vida ou a morte de pessoas. Mortes evitáveis, salientamos aqui. E destacamos que a covid-19 mata quatro vezes mais hoje, maio de 2021, do que matava em julho de 2020, quando Araraquara foi destaque por ter a menor letalidade entre cidades do mesmo porte. Como não sabemos as fontes científicas da Prefeitura, para analisar a pandemia na cidade e os efeitos do decreto vamos utilizar as nossas: USP e Fiocruz. Estudos publicados por ambas mostram que a pandemia em Araraquara não está nem perto de estar controlada e que os números utilizados pela Prefeitura neste decreto vão manter a cidade com contaminações em alta. E isto, é importante dizer, significa mais gente morrendo todos os dias. Não é confiável utilizar apenas um indicador para monitorar a pandemia, muito menos para basear decisões e políticas públicas da área da Saúde. O prefeito erra ao se apegar única e exclusivamente ao “percentual de positivados” como régua para definir as ações do governo no combate à pandemia, que é o que consta no decreto. E não é o SISMAR que diz que é falho usar só o “percentual de positivados” para monitorar a pandemia. Pelos estudos que utilizamos como referência (links no fim do texto), só dá para medir o tal “controle da pandemia” considerando-se dois ou mais indicadores. No estudo da USP, elaborado especificamente como suporte às decisões e ações do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), os pesquisadores usam dois indicadores: o “percentual total de positivados (sintomáticos e assintomáticos)” e o “número de casos por 100 mil habitantes por semana”. No estudo da Fiocruz, são seis, como vamos mostrar mais adiante. Relacionados, os dois indicadores utilizados no estudo da USP mostram se a pandemia está controlada ou não a ponto de termos segurança para abrir escolas e demais atividades. E estes indicadores precisam ser analisados juntos, justamente para que não haja distorções como a que estamos vendo em Araraquara, onde o percentual de positivados está dando a falsa impressão de controle. O percentual pode estar baixo, mas, pelo estudo da USP, se o número de casos por 100 mil habitantes estiver alto, não há que se falar em “controle da pandemia”. E é este justamente o caso de Araraquara, hoje. Os pesquisadores desenvolveram um gráfico do tipo mapa de calor, com os dois indicadores relacionados, que permitem visualizar o nível de controle da transmissão da covid-19 em determinada localidade e estabelecem parâmetros objetivos de segurança para retomada de atividades econômicas, inclusive escolas. Em 28 de março, Araraquara estava assim posicionada, considerando estes dois indicadores: na zona vermelha, ou seja, “descontrole na transmissão, alto risco para qualquer atividade sem distanciamento na comunidade: as escolas não podem ser abertas para atividades presenciais”, de acordo com o estudo. Mas, Araraquara estava no caminho certo. O lockdown tinha funcionado para reduzir a transmissão, porém foi curto. Se a Prefeitura tivesse mantido escolas e as outras atividades fechadas por mais algum tempo, provavelmente a cidade teria controlado realmente a pandemia e poderíamos estar retomando as atividades com risco muito menor. Vejam que, no dia 25 de abril, tínhamos melhorado nossa posição no gráfico. Ainda estávamos na zona vermelha, mas nos dirigíamos claramente para a zona laranja, que permite alguma abertura, ainda que com restrições severas. Entretanto, hoje, dia 19 de maio, após a abertura das escolas e demais atividades, já nos distanciamos novamente das zonas mais seguras, que são as laranja, amarela e azul. O aumento do número real de casos, que é o indicador “casos por 100 mil habitantes”, fez com que Araraquara se distanciasse ainda mais da zona laranja, além do aumento do percentual de positivados. O gráfico mostra que, mesmo se o indicador “percentual de positivados” estivesse abaixo de 5%, ainda assim não teríamos controle da pandemia, porque o indicador “casos por 100 mil habitantes” está altíssimo. Somente a combinação dos dois indicadores, como dito antes, pode nos dar a real dimensão da pandemia na cidade e do nível de insegurança que vivemos. Ignorar isto e decidir os rumos da cidade sem evidências comprovadas é, no mínimo, irresponsabilidade e pessoas morrerão por causa disso. Já o estudo da Fiocruz, que utiliza parâmetros dos Conass/Conasems (Conselhos Nacionais de Secretários de Saúde e de Secretarias Municipais de Saúde), publicado ainda em 2020, considera seis indicadores para analisar o nível do risco da pandemia em determinado momento. Este estudo ainda não leva em conta a nova cepa, cuja transmissão é maior, e mesmo assim Araraquara está muito mal posicionada. O estudo traz uma tabela com pontuação para cada um dos seis indicadores. A soma dos pontos classifica o nível de risco naquela localidade. Vejamos o caso de Araraquara pela ótica deste estudo. Considerando a tabela abaixo, pontuamos cada indicador de acordo com os dados epidemiológicos da cidade divulgados pela Prefeitura. Percentual de ocupação UTI – 12 pontos (roxo) Percentual de ocupação enfermaria – 4 pontos (laranja) Previsão de esgotamento – 4 pontos (roxo) Variação de óbitos – 2 pontos (laranja) Variação de casos – 4 pontos (roxo) Taxa de positivados – 1 ponto (amarelo) Total = 27 pontos Esta pontuação nos coloca em “risco alto”, a segunda pior fase, ainda de acordo com a Fiocruz. A conclusão, portanto, é a mesma: o novo decreto da Prefeitura de Araraquara desconsidera as evidências científicas e a transmissão da covid-19 vai permanecer alta na cidade. Mas, o decreto não é de todo errado. Ele acerta na regulamentação da testagem e isolamento rigorosos dos contactantes. Contudo, já era para ser assim desde o início. Então, se a testagem e o isolamento dos contactantes, antes do decreto, não era feita assim, estava sendo feita de maneira errada e não gerava um indicador eficiente para avaliação da contaminação comunitária na cidade. Especialistas recomendam pelo menos 30 testes a cada positivado, nos contactantes. Em Araraquara, em dias com 100 casos, deveriam ser realizados 3 mil testes, mas é feito apenas um terço disso. Ou seja, além de considerar apenas um indicador, ele ainda é falho. Por isso, por não se basearem em evidências, a abertura das escolas e demais atividades foi feita no momento errado, cedo demais, e, como consequência, não vai durar por muito tempo. Com o número de contaminados crescendo vertiginosamente, como vimos esta semana, em breve teremos novo lockdown em Araraquara. Logo depois, os números vão cair e tudo vai reabrir. Porém, enquanto o critério adotado pela Prefeitura for apenas o percentual de positivados de olho na ocupação de leitos não teremos controle efetivo da pandemia e ficaremos presos entre um lockdown e outro e a pandemia vai continuar fazendo vítimas na cidade. Pelo menos, cada uma delas vai poder responsabilizar um homem, que é quem decide manter as coisas assim. Link para estudo da Fiocruz: https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/contribuicoes_para_o_retorno_escolar_-_08.09_4_1.pdf Link para estudo da USP https://48697a4c-5a78-42d6-aec6-22733026cd1f.usrfiles.com/ugd/48697a_b051776439884b3fa827ead66fd0a283.pdf
- SISMAR organiza ajuda para quem teve desconto no tíquete por causa da greve
Cestas básicas serão distribuídas aos servidores; quem precisar de ajuda deve preencher o formulário abaixo Diante do absurdo e ilegal desconto do vale alimentação dos servidores municipais da Educação de Araraquara que estão em greve sanitária, o SISMAR está organizando uma ajuda a estes profissionais por meio da distribuição de cestas básicas. Os interessados em receber a cesta básica precisam preencher o formulário que consta neste link: https://forms.gle/HkBFbf6DFHKE1K5t8 O SISMAR entrará em contato com os interessados para a distribuição da cesta. Compartilhe esta informação com seus colegas que você sabe que tiveram descontos e precisam de ajuda. Outras ações estão sendo realizadas para ajudar os grevistas. Mais detalhes sobre elas durante as lives das 9h, na página do SISMAR no facebook.
- Araraquara vai colapsar de novo
É o que indicam os dados sobre contaminação e ocupação de leitos. Poucos dias antes do lockdown – válido a partir de 21 de fevereiro – atingimos 100% de ocupação de leitos de UTI pela primeira vez em Araraquara, com 58 internados, dia 15 de fevereiro de 2021. Duas semanas antes, dia 31 de janeiro, eram 33 internados em UTI. Neste mesmo dia, a média de casos novos era de 81 – pela primeira vez na pandemia. Hoje, dia 17 de maio, a média de casos novos está em 83 e são 88 internados em UTI. Estes números crescem há 7 dias consecutivos, sendo hoje o quinto dia com mais internados em UTI em toda a pandemia - o máximo foi 93. Nesta semana, fomos de 75 para 88 internados - ocupação de 93% dos leitos UTI Covid-19, ou seja, tem mais 7 leitos livres. A Prefeitura não tem divulgado casos de pacientes aguardando leito, mas isso não significa que eles não existam. A média de casos novos, há uma semana, era de 43, hoje é 83. A primeira vez que Araraquara registrou cinco dias consecutivos com mais de 90 casos novos foi justamente no início da chamada “segunda onda”, que pegou a cidade em cheio com a nova cepa (P1). Depois da queda dos números por causa do lockdown, esta semana voltamos a registrar cinco dias seguidos com mais de 90 casos. Também chama a atenção o número de doentes em quarentena, porque eles impactarão em breve o número de internações. Esta semana, voltamos a ter mais de 500 doentes de covid-19 ao mesmo tempo, desde a queda efeito do lockdown. O pico em 2020 foi de 363 doentes em quarentena. Os números de hoje são muito parecidos com os que vimos pouco antes do colapso em fevereiro, porém, hoje o vírus mata o dobro de pessoas do que matava em janeiro. Os especialistas já falam da terceira onda e da potência da cepa indiana. Só não enxerga quem não quer. Edinho acertou no lockdown e em outras medidas no combate à pandemia, mas erra gravemente agora, colocando a vida das pessoas em risco para não perder capital político junto aos grandes empresários. Agora, com estes dados, já não basta fechar somente as escolas, é preciso um novo lockdown na cidade para conter o avanço desta doença que tem matado cinco Araraquarenses a cada dois dias. Ou vão pagar para ver e correr o risco de lotar hospitais e perder o controle novamente? Ninguém pode ser obrigado a correr o risco de ser infectado por uma doença para a qual existe vacina. E é isso que se faz ao manter a circulação de pessoas pela cidade com atividades funcionando com este quadro pandêmico. Manter escolas e demais atividades abertas neste momento é contribuir para a morte das pessoas. E é matemática, não tem como escapar. Apelamos à humanidade dos gestores, prefeito e membros do comitê de contingenciamento da covid-19: parem a cidade para salvarem vidas. Ajudem de outra forma. As mortes não vão parar enquanto escolas e demais atividades estiverem abertas obrigando grande circulação de pessoas. Todos os estudos científicos demonstram que reduzir a circulação das pessoas reduz a circulação do vírus. Não podemos admitir mais e mais mortes para que as escolas e lojas possam abrir presencialmente. Diminuir o número de mortes não pode ser comparado a diminuir o impacto financeiro ou o desemprego. Os servidores municipais de Araraquara estão exaustos, estressados, angustiados, com medo e deprimidos, temendo a doença, temendo adoecer seus familiares, sem conseguirem desenvolver suas atividades como sempre fizeram e os que estão trabalhando presencialmente ainda estão expostos diariamente ao risco de morte. Manter escolas e outras atividades abertas neste momento é uma afronta não só aos educadores que estão em greve, mas também aos servidores da Saúde, que não deveriam ser obrigados a atender cada vez mais pacientes, presenciar o tempo todo o sofrimento e muitas vezes a morte. E também a todos os servidores, porque precisam de suas vidas preservadas e suas rotinas restabelecidas, mas seguem sofrendo por causa da política de manter hospitais lotados como se fosse controle da pandemia. Esta doença é evitável e há vacina para ela. Como admitir tanto risco e tantas mortes?